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Soneto

Quando vier bater a minha porta

A procurar-me a última visita Hão de insultá-la, chamá-la desdita, Hão de querê-la mais do que a mim, morta. Lamentações poupai, pois não importa Nenhuma lágrima ou palavra dita; Sabeis que a dor da perda é tão finita Quanto infinita é nossa estrada torta. Velório, flores e orações recuso. Porém, se a vós não parecer abuso, Fazei por mim, portanto, estes favores: Deixai saber que a terra me consome Aquela por quem eu morri de amores, E em minha lápide gravai seu nome.

Cleber Teixeira

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