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Colóquio

Onde estás, poeta? Estou em meu mundo; meu mundo profundo, profano, prolixo, imundo! E a quem serves? A meu bel-prazer; sou escravo de meu bem-querer e viver e reviver é o que me faz entender que de nada sou dono. E esse abandono, quem tu culpas, poeta? Levaram-te o outono, o inverno, o inferno e o céu... deixaram-te ao léu? E o que te importa? O que me importa é a meta e as portas abertas de minha poesia. Chamas isso de poesia? Essa métrica fria, essa melancolia, essa rima, essa estética? Não é para ti minha língua poética! A quem dedicas teu labor? Ao meu amor pela vida, à minha dor sofrida, à enegrecida cor de minha esferográfica. Então responde, poeta: qual é teu desejo? Desejo? Viver minha arte! Poder fazer parte de minhas estrofes. Ser uma licença poética, minha própria métrica, um icto, um mote, uma redondilha de meu manejo. Esse é meu desejo!


Cleber Teixeira


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